Por Anderson Guilherme
Guerreira, sonhadora, perseverante, determinada… São muitos os adjetivos que definem Alessandra Murilo Batista, de 24 anos, aluna do curso de Logística da Uniabeu. A jovem trabalha diariamente como ambulante em coletivos e, através da venda de doces e biscoitos, consegue sustentar a família e arcar com as mensalidades do seu curso de graduação. De ônibus a ônibus ela segue o seu destino fazendo amizade com os passageiros e arrancando admiração e respeito dos motoristas que já a conhecem pela animação e o largo sorriso no rosto, que são a sua marca.
A história de Alessandra se resume em uma só palavra – LUTA. Com o sonho de ser marinheira, ela tentou duas vezes a carreira militar ao realizar o exame da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM). Vera Batista, sua mãe que também trabalhava como ambulante, pagava com muito esforço um curso preparatório no intuito de realizar o sonho da filha, mas nas três tentativas Alessandra não conseguiu as pontuações necessárias para a aprovação no exame. Na última tentativa, com 23 anos – idade limite para concorrer, apenas três pontos impediram a jovem de ingressar na Marinha.
Ao ver o sonho de ser marinheira se distanciar, Alessandra resolveu seguir em frente. Para ajudar a mãe que vendia água em um carrinho de supermercado na Via Light – Nova Iguaçu, ela começou a trabalhar na mesma localidade. Ao perceber que era grande o número de bancas e que as mercadorias se repetiam, Alessandra focou em balas, doces, amendoins e biscoitos dentro dos ônibus, “foi ali que a logística ficou mais clara na minha vida. Eu observei naquele momento que tinham muitas bancas, uma do lado da outra, vendendo água, suco e refrigerantes. Comecei a prestar atenção nos ônibus e vi que quase ninguém vendia biscoitos e doces lá dentro. Daí percebi a oportunidade e resolvi montar o meu gancho para vender nos ônibus. O resultado foi muito bom, pois consegui vender bem e acabei fazendo clientes fixos. Tem passageiros que compram só comigo até hoje”, comenta.
Aos poucos Alessandra foi percebendo que a sua estratégia estava correta. Dentro dos ônibus ela vendia mais do que nas bancas e, além disso, ela começou a ajudar melhor nas contas de casa. Depois que o pai de Alessandra adoeceu, Dona Vera precisou ficar em casa para cuidar do marido. Neste momento, o trabalho dela como ambulante se tornou o sustento da família.
Ainda pensando em ser marinheira, Alessandra não esmoreceu em meio às dificuldades e resolveu buscar um curso superior, “para tentar suprir o meu desejo de entrar na marinha, resolvi cursar Logística. Pensei nas missões dos marinheiros, na atuação deles em outros países, como o Haiti, e percebi que a Logística, que já estava viva na minha vida de ambulante, podia me aproximar ainda mais do meu sonho”, afirmou Alessandra.
Por ser moradora da Baixada e por já conhecer a Instituição, através das viagens como vendedora, Alessandra começou a cursar Logística na Uniabeu em 2015. Depois que começou a estudar, a rotina de Alessandra ficou ainda mais corrida. Ela trabalha até às 16h nas ruas. Em seguida, passa em casa rapidamente para comer e tomar banho e depois vai para Uniabeu. Depois de voltar para casa a jovem a arruma o gancho de doces para o dia seguinte e ainda ajuda a mãe com algumas tarefas do lar. Por volta das 23h, e às vezes meia noite, ela se recolhe para descansar. Alessandra afirma que já passou por muitas dificuldades e que, por isso, não desiste dos seus objetivos. Mesmo com tantas responsabilidades e sendo a única fonte de renda da família ela acredita que está fazendo a coisa certa, “eu me considero uma vitoriosa, pois já passei por muitas coisas nessa vida. São muitas barreiras, muitas pedras no caminho, mas eu não desisto. Eu sei que essas pedras servirão para eu construir o meu palácio. Eu vou chegar lá!” Comenta de forma emocionada.
Alessandra terminará o curso de Logística no próximo semestre, mas quem pensa que ela irá parar por aí está redondamente enganado. Após concluir o curso ela irá fazer uma segunda graduação. Para ela, o curso de Administração será um forte complemento para o currículo. Outro desejo da jovem é retornar as aulas de inglês. Por isso, ela pretende apertar ainda mais a sua rotina para aprender a língua. “Eu quero muito trabalhar como despachante aduaneiro. Por isso, preciso falar inglês. Vou voltar correndo para curso!” comenta.
Com apenas 24 anos Alessandra se destaca com uma vida de muitas lutas. A determinação dela é exemplo para os amigos de faculdade e os passageiros que, além de fregueses, já se tornaram grandes amigos. O bom humor e o sorriso que contagia todos que estão ao seu redor são diferenciais que marcam a jovem. “A Alessandra é muito batalhadora. Sozinha ela sustenta a família e paga as mensalidades do curso de Logística. É uma vencedora! Ela sempre aparece na sala de aula com um grande sorriso e um ótimo astral” comenta o professor de Alessandra na Uniabeu, Allan Jefferson de Oliveira.
Alessandra é um exemplo vivo de que vale a pena lutar, sonhar e perseverar. Sonhos não devem ser apenas sonhados e sim realizados. Dificuldades, todos de certa forma passarão, mas a diferença está na maneira de encarar as coisas da vida.
“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”
Augusto Cury
“Esta frase de Augusto Cury eu levo para minha vida. Ela resume exatamente o que penso, pois dos meus sonhos nunca irei desistir.” Finaliza Alessandra.
A Uniabeu se orgulha de alunos como Alessandra. A Instituição acredita que investir em educação melhora a vida das pessoas e muda a realidade do país.
Fotos – Arquivo Pessoal da aluna